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G.K. Chesterton (Londres-Inglaterra, 1874-1936). Obra: "O Homem Eterno. Editora Ecclesiae. 1ª edição. 2014. 326p."

Quando romancistas, educadores e psicólogos de toda espécie falam sobre o homem das cavernas, nunca o concebem em relação com nada do que realmente está na caverna.” [pág. 34]

“Ainda assim, realmente sabemos ser um fato que o homem das cavernas fazia essas coisas brandas e inocentes; e não temos nem o mais minúsculo grão de evidência de que ele fazia qualquer coisa de violenta e feroz. Em outras palavras, o homem das cavernas, tal como geralmente nos é representado, é simplesmente um mito, ou melhor, uma barafunda; pois um mito pelo menos tem um esboço imaginativo da verdade. O que hoje é comum falar é de todo e simplesmente uma confusão e um mal-entendido, fundado em nenhum tipo de evidência científica e valorizado tão só como uma desculpa para qualquer estado de espírito moderno de anarquia. Se algum cavalheiro quiser abater uma dama, ele certamente pode ser um gigolô sem tomar para si o papel do homem das cavernas, sobre o qual sabemos praticamente nada, exceto o que podemos apreender de uns poucos desenhos inofensivos e prazerosos feitos na parede.” [pág. 34]

Os desenhos não provam que o homem das cavernas vivia em cavernas nem um pouco mais do que a descoberta de uma adega em Balham (muito tempo depois desse subúrbio ter sido destruído por ira humana ou divina) provaria que a classe média vitoriana vivia inteiramente no subterrâneo. A caverna pode ter tido alguma finalidade especial, tal como a adega; pode ter sido um santuário, um esconderijo de guerra, o ponto de encontro de uma sociedade secreta ou qualquer outra coisa.” [pág. 36]



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.