Frei Inácio Larrañaga (Espanha – 1928-2013). Obra: "O silêncio de Maria. Edições Paulinas. 39ª edição. 2012. 233p." “Aonde iria João consolar-se, depois daqueles combates turbulentos? Por acaso não convivia com a Mãe?
Quem animava João para sair todos os dias, para o templo e para as casas particulares, a fim de proclamar as estupendas notícias do Senhor Jesus (cf. At 5,42)? Por trás de tanto ânimo, vislumbramos uma Animadora.”
[pág. 30]“João e Pedro aparecem sempre juntos, nesses primeiros anos. Se Maria vivia na casa de João, e este era animado e orientado pela Mãe, não faria ela o mesmo também para com Pedro? Ambos - Pedro e João - não haveriam de fazer suas reuniões na casa de João, junto com Maria, a quem tanto veneravam?
Não seria ela a Conselheira, a Consoladora, a Animadora, numa palavra, a Alma daquela Igreja que nascia entre perseguições? Não seria a casa de João o local de reunião nos momentos de decisões importantes?
[...] A Bíblia foi escrita dentro de certas formas culturais. Muitas de suas páginas foram escritas numa sociedade patriarcal, em uma atmosfera de preconceito contra a mulher. É um fato conhecido que, tanto no mundo greco-romano como no mundo bíblico, naqueles tempos, a mulher era marginalizada.
Nesse contexto, não era de bom tom que um escritor destacasse a atuação brilhante de uma mulher. Se não fosse por esse preconceito, de quantas maravilhas não nos falaria o livro dos Atos, maravilhas silenciosamente realizadas pela Mãe!...”
[pág. 31]