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Frei Inácio Larrañaga (Espanha – 1928-2013). Obra: "O silêncio de Maria. Edições Paulinas. 39ª edição. 2012. 233p." (pág. 103)

Deus "é" silêncio, desde sempre e para sempre. Opera silenciosamente nas profundidades das almas. Nos desígnios inexplicáveis de sua iniciativa, livre e libertadora, nascem as operações da graça. Por que dá a uns e não a outros? Por que agora e não antes? Por que neste grau, e não em outro? Tudo fica em silêncio. A gratuidade, por definição, não tem razões nem explicações. É silêncio. É por isso que nosso Deus é desconcertante: porque é gratuidade. Tudo parte dele: a graça, a glória, o mérito e o dom. Nada se merece, tudo se recebe. Ele nos amou primeiro. Ninguém lhe pode perguntar por suas decisões. Nenhum ser humano pode levantar-se diante dele, reclamando, exigindo ou questionando. Tudo é graça. Por isso seus caminhos são desconcertantes, e muitas vezes nos deixam na confusão. Às vezes temos a impressão de que o Pai nos abandona. Mas, ao dobrar a esquina, envolve-nos repentinamente com uma visita embriagadora. Embora seus caminhos normais sejam os mecanismos comuns da graça, o Pai nos surpreende de repente com gratuidades inesperadas. Deus é assim. É preciso aceitá-lo tal como ele é.”



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.