Concílio Vaticano II - Papa Paulo VI (1965) Constituição Dei Verbum – Capítulo II
Porém, o encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição (8), foi confiado só ao magistério vivo da Igreja (9), cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo. Este magistério não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado.
É claro, portanto, que a sagrada Tradição, a sagrada Escritura e o magistério da Igreja, segundo o sapientíssimo desígnio de Deus, de tal maneira se unem e se associam que um sem os outros não se mantém, e todos juntos, cada um a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas.
Constituição Dei Verbum – Capítulo III
Mas, como a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito com que foi escrita (9), não menos atenção se deve dar, na investigação do reto sentido dos textos sagrados, ao contexto e à unidade de toda a Escritura, tendo em conta a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. Cabe aos exegetas trabalhar, de harmonia com estas regras, por entender e expor mais profundamente o sentido da Escritura, para que, mercê deste estudo de algum modo preparatório, amadureça o juízo da Igreja.
Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus (10).
Alex C. Jones Jr. (EUA – 1941-2017). Obra: "Não tem preço, Um pastor pentecostal e a esposa narram a sua conversão ao catolicismo. São Paulo. Ed. Quadrante. 2014. 251p." (pág. 134/135) “Não era difícil para mim aceitar o papa. Na verdade, ele era um dos motivos da minha atração pelo catolicismo. Eu estudara
a Igreja primitiva e entendia que ela acreditava no primado do bispo de Roma. A Igreja era, de fato, investida da autoridade para fazer o que fazia. Fazia perfeito sentido para mim.
A Bíblia não podia ser uma autoridade por si só; podia apenas representar alguma autoridade nas mãos de quem possui a competência necessária para interpretá-la. Assim como a constituição dos Estados Unidos deve ser interpretada por um corpo de pessoas competentes, também a Bíblia sozinha não consegue ter autoridade: ela necessita da intervenção infalível de um corpo de intérpretes, que é a Igreja.
Sem essa autoridade interpretativa, o real significado da Bíblia torna-se a mera opinião de cada um. É por isso que há mais de trinta mil denominações cristãs que proclamam ser a sua interpretação particular da Bíblia a verdade. Trinta e três mil igrejas declaram-se a si mesmas como a igreja, com o poder de fazer declarações absolutas a respeito da Bíblia.
São Paulo escrevia a Timóteo que a Igreja (e não a Bíblia!) é "coluna e sustentáculo da verdade" (1 Tim 3, 15). Em janeiro de 1999, fui a um Rito de Aceitação na Paróquia Cristo Rei. Em meados de 1999, eu já sabia que a Igreja Católica era a Igreja de Jesus Cristo, a Igreja do Novo Testamento, dos apóstolos, dos mártires e dos santos: em suma, a Igreja da fé que evoluíra e se desenvolvera ao longo de mais de dois mil anos.”