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Evolução do homem (Teoria da Evolução de Charles Darwin)
       Limites da "inteligência" animal

 Exemplos de comportamento animal inteligente e limites

Revista Scientific American, Ano 17, nº 118, Outubro de 2018. Nastari Editores.

"Diversos comportamentos são aprendidos em sociedade. Golfinhos, por exemplo, têm costumes de forragear [buscar e explorar recursos alimentares] usando esponjas marinhas para desentocar peixes que se escondem no leito oceânico. Orcas têm tradições para caçar focas, incluindo a prática de derrubar os animais de blocos de gelo flutuantes ao avançarem na direção deles em uníssono e assim criarem uma onda gigante. Mesmo galinhas adquirem tendências canibais através do aprendizado social de outras galinhas. A maior parte do conhecimento transmitido por populações animais tem a ver com alimentos — o que comer e onde encontrar a comida — mas também existem ricas convenções sociais. Um bando de macacos-prego na Costa Rica inventou o bizarro hábito de enfiar seus dedos nas cavidades oculares ou narinas de outros macacos, ou colocar as mãos em suas bocas, permanecendo sentados juntos assim por longos períodos de tempo, balançando suavemente — convenções que se acredita servirem para testar a força de laços sociais. Animais também "inovam". Quando nos pedem para citar alguma inovação, podemos pensar na invenção da penicilina por Alexander Fleming ou na construção da World Wide Web por Tim Berners-Lee. Os equivalentes animais não são menos fascinantes. A minha favorita diz respeito a um jovem chimpanzé chamado Mike, que a primatologista Jane Goodall observou "inventando" uma barulhenta exibição de dominância que envolvia bater duas latas de querosene vazias uma contra a outra. Esta barulhenta exibição intimidou profundamente os rivais de Mike e o levou a disparar pela hierarquia social para se tornar um macho alfa em tempo recorde. Depois temos a invenção dos corvos carniceiros japoneses de usar carros para abrir nozes. Cascas de nozes são duras demais para corvos quebrarem em seus bicos, mas, ainda assim, eles se alimentam desses frutos ao depositarem as nozes em ruas para que carros passem por cima, e voltam ao local para buscar suas guloseimas quando os semáforos ficam vermelhos. E um grupo de estorninhos-comuns — aves conhecidamente apreciadoras de objetos brilhantes usados como peças de decoração para ninhos — começaram a atacar uma máquina de moedas em um lava-rápido em Fredericksburg, Virgínia, e fugiram com centenas de dólares em moedas de 25 centavos".
"Através da imitação, macacos e grandes primatas adquirem diversas habilidades de forrageamento, indo de métodos de forrageio extrativista, tais como extrair larvas de cascas de árvores, até sofisticadas técnicas de uso de ferramentas, como "pescar" cupins com gravetos."
"Por que, então, outros primatas não têm uma cultura complexa como nós? Por que os chimpanzés não sequenciaram genomas ou construíram foguetes espaciais? A teoria matemática forneceu algumas respostas. O segredo se resume à fidelidade na transmissão de informações de um membro da espécie para outro, a fidedignidade com que uma informação aprendida passa entre o transmissor e o receptor. [...] Sem uma transmissão precisa, a cultura cumulativa é impossível. Mas, uma vez que um dado limiar é ultrapassado, mesmo quantidades modestas de novas invenções e refinamentos levam rapidamente a uma grande mudança cultural. Os humanos são a única espécie viva a ter transposto este limiar. Nossos ancestrais alcançaram essa transmissão de alta fidelidade por meio do ensinamento — comportamento que funciona para facilitar o aprendizado de um aluno. A imitação é amplamente difundida na natureza, mas o ensino é raro;"
"O ensino de conhecimento cultural por hominídeos (humanos e seus parentes próximos extintos) incluiu forragear, processar alimentos, emitir chamados aprendidos, criar ferramentas e assim por diante, e forneceu o contexto no qual a linguagem nasceu originalmente. Por que só os nossos ancestrais a desenvolveram é uma das grandes questões não resolvidas."
"Ensinamento e linguagem foram divisores de águas evolutivos para nossa linhagem."
"CHIMPANZÉS E HUMANOS são, ambos, fabricantes de ferramentas. Chimpanzés usam gravetos para "caçar" uma refeição de cupins, e repassam essa técnica a seus pares. Ao contrário dos chimpanzés, os humanos transmitem conhecimento cultural a seus descendentes com um alto grau de precisão, o que permite a elaboração de sofisticadas tecnologias."



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.