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Beata Anna Catharina Emmerich (Alemanha, 1774-1824). Obra: "Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus - As Meditações de Anna Catharina Emmerich. MIR Editora. São Paulo. 2015. 11ª Edição." (pág. 121/123)

Jesus e os seus comeram o cordeiro pascal no Cenáculo, divididos em três grupos de doze, dos quais cada um era presidido por um chefe, que fazia às vezes de pai de família. Jesus tomou a refeição com os doze Apóstolos, na sala do Cenáculo. Natanael presidiu a outra mesa, numa das salas laterais e outros doze tinham como pai de família Eliaquim, filho de Cleofas e Maria Heli, irmão de Maria Cleofas e que fora antes discípulo de João Batista. Três cordeiros tinham sido imolados para eles no Templo, com as cerimônias do costume. Mas havia lá um quarto cordeiro, que foi imolado no Cenáculo; foi o que Jesus comeu com os doze Apóstolos. Judas ignorava essa circunstância, pois estava ocupado com diversos negócios e com a traição e ainda não estava de volta, por ocasião da imolação do cordeiro; veio alguns instantes antes da refeição pascal. A imolação do cordeiro destinado a Jesus e aos Apóstolos foi uma cerimônia singularmente tocante; realizou-se no vestíbulo do Cenáculo; Simeão, que era levita, ajudou. Os Apóstolos e os discípulos estavam também presentes, cantando o salmo 118. Jesus falou então de uma nova época, que começava; (veja n. I do primeiro capítulo) disse que então se devia cumprir o sacrifício de Moisés e a significação do cordeiro pascal simbólico; o cordeiro devia por isso ser imolado do mesmo modo que o do Egito, do qual só então o povo de Israel sairia verdadeiramente liberto. Os vasos e tudo o que era mais precioso, estavam prontos; trouxeram um belo cordeirinho, ornado de uma grinalda, que foi tirada e enviada à SS. Virgem, que ficara com as santas mulheres em outra sala. O cordeiro foi amarrado pelo meio do corpo numa tábua, o que recordou Jesus preso à coluna da flagelação. O filho de Simeão segurou a cabeça do cordeiro para cima; Jesus cravou-lhe a faca no pescoço, entregando-a depois ao filho de Simeão, que continuou a preparação do cordeiro. Jesus parecia sentir dor e repugnância em feri-lo. Fê-lo rapidamente, mas com muita gravidade. O sangue foi colhido numa bacia; trouxeram um ramo de hissopo, que Jesus molhou no sangue. Em seguida avançou para a porta, tingiu com o sangue os dois portais e a fechadura, fixando depois em cima da porta, o ramo tinto de sangue. Durante esse ato, lhes ensinou solenemente e disse, entre outras coisas, que o Anjo exterminador passaria ali; que fizessem, porém, a adoração naquele lugar, sem medo e inquietação, depois dele, o verdadeiro Cordeiro pascal, ter sido imolado; começaria um tempo e um sacrifício novo, que duraria até o fim do mundo. [...] Entretanto, o filho de Simeão acabara de preparar o cordeiro pascal. Pusera-o numa estaca, as pernas dianteiras fixadas num pau transversal as traseiras na estaca. Ai! parecia tanto com Jesus pregado na Cruz! Em seguida foi posto no forno, para ser assado, junto com os outros três trazidos do Templo. Os cordeiros pascais dos judeus eram todos imolados no átrio do Templo, em três lugares diversos: para as pessoas de distinção, para a gente pobre e para os forasteiros. O cordeiro pascal de Jesus não foi imolado no Templo, mas todo o resto da cerimónia foi feita rigorosamente conforme a lei. Jesus falou mais tarde a esse respeito; disse que o cordeiro era simplesmente um símbolo; que Ele mesmo, na manhã seguinte, devia ser o verdadeiro Cordeiro pascal.



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