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Beata Anna Catharina Emmerich (Alemanha, 1774-1824). Obra: "Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus - As Meditações de Anna Catharina Emmerich. MIR Editora. São Paulo. 2015. 11ª Edição." (pág. 201)

“Alguns acusaram então Jesus de ter comido o cordeiro pascal já de véspera, contrariamente ao costume e de ter alterado a ordem dessa cerimônia já no ano anterior; por isso começaram de novo a injuriar e insultar Jesus. Mas os depoimentos das testemunhas eram tão confusos e contraditórios, que Caifás e todo o Sinédrio ficaram envergonhados e furiosos, porque não podiam encontrar nada que de qualquer modo pudessem provar. Nicodemos e José de Arimatéia foram também convidados a se justificarem de ter Jesus comido a Páscoa no Cenáculo deles, em Sião. Compareceram diante de Caifás e provaram, com antigos documentos, que os galileus podiam comer o cordeiro pascal um dia antes, conforme um direito imemorial. Além disso, acrescentaram, foram observadas as cerimónias prescritas, pois estiveram presentes homens empregados do Templo. Com essa afirmação ficaram as testemunhas multo embaraçadas e o que vexava os inimigos de Jesus, era ter Nicodemos mandado trazer os rolos de lei e provado com estes o direito dos galileus. Além de diversos motivos para esse direito dos galileus, os quais esqueci, foi alegado que seria impossível com a afluência do povo, acabar as cerimônias no tempo prescrito pela lei do sábado; também haveria inconveniências na volta, pela multidão do povo nos caminhos. Apesar dos galileus nem sempre usarem desse direito, ficara, porém, perfeitamente provado pelos documentos alegados por Nicodemos. A ira dos fariseus cresceu ainda mais, quando Nicodemos terminou o discurso pela observação de que todo o Sinédrio se devia sentir ultrajado, diante do povo reunido, por um processo feito com tal precipitação e preconceito, na noite de um dia tão santo e com a confusão e contradição tão aberta de todas as testemunhas, com precipitação e imprudência ainda maior.”



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.