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Reencarnação (espiritismo)

 A doutrina reencarnacionista do progresso das almas é incompatível com a doutrina cristã do inferno, o estado definitivo de condenação

Frei Boaventura Kloppenburg, O.F.M.. (Alemanha – 1919-2009). Obra: "Espiritismo: orientação para os católicos. São Paulo. Edições Loyola. 1989. 2ª edição. 203p." (pág. 107)

A lei do progresso, assim como os reencarnacionistas a entendem, é universal, uma força viva da natureza, e não pode ser frustrada. O homem pode, talvez, fazer-lhe oposição por algum tempo, pode estacioná-la temporariamente: mais dia, menos dia, porém, ele terá que continuar em sua marcha à perfeição final. Todos, absolutamente todos, chegarão a ela: não existe, nem mesmo é possível coexistir com a lei do progresso, um estado definitivo de condenação sem fim e sem esperança de conseguir esta meta. É por isso que todos os reencarnacionistas, com uma unanimidade rara, rejeitam decididamente a tradicional doutrina cristã sobre o inferno. É a razão por que AK [Allan Kardec], num texto expressivo que já vimos, declara que "o dogma da eternidade absoluta das penas é incompatível com o progresso das almas, ao qual opõe uma barreira insuperável. Esses dois princípios (a eternidade do inferno e o constante progresso das almas) destroem-se, e a condição indeclinável de existência de um é o aniquilamento do outro". [...] Basta lembrar que, no juízo final, a sentença definitiva do Divino Juiz sobre os maus será: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para seus anjos" (Mt 25,46)




Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.