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Reencarnação (espiritismo)

 O profeta João Batista não era Elias reencarnado nem ressuscitado

Frei Boaventura Kloppenburg, O.F.M.. (Alemanha – 1919-2009). Obra: "Espiritismo: orientação para os católicos. São Paulo. Edições Loyola. 1989. 2ª edição. 203p." (pág. 116/117)

“2. Concedo que, de fato, existe alguma relação entre o intrépido João Batista, precursor da primeira vinda de Jesus, e o corajoso profeta Elias, o anunciado precursor do segundo advento de Cristo. Já o anjo que veio anunciar a Zacarias o nascimento de João explicou: "Seguirá diante dele no espírito e na virtude de Elias" (Lc 1,17). Referindo-se a este texto, escreveu santo Agostinho que só a "perversidade herética" pode ver aí uma afirmação da reencarnação (PL 31,725). Sabiam os fariseus e escribas que, segundo a profecia de Malaquias (4,5), a aparição de Cristo seria preparada por Elias. Ora, Jesus de Nazaré declarava ser o Messias: como era isso possível se Elias ainda não aparecera? Eis a formidável objeção que os fariseus alegavam contra a autenticidade da missão messiânica de Jesus (cf. Mt 17,10). Eles confundiam de fato as duas aparições efetivas de Cristo; a primeira como Redentor e a segunda como Juiz. Malaquias profetizara a vinda de Elias "antes que venha o dia grande e terrível" do Juízo Final, referindo-se, pois, ao segundo advento de Cristo. O precursor da primeira aparição seria João Batista que, consoante as citadas palavras do anjo, apareceria "no espírito e na virtude de Elias". Daí dizer Jesus, para refutar a objeção dos fariseus e tranqüilizar os discípulos: "Se quiserdes compreender, ele mesmo (João Batista) é Elias que deve vir. Quem tiver ouvidos, ouça" (Mt 11, 14,15). Portanto, uma afirmação bastante enigmática. E Sto. Agostinho explica: "Pois o que será Elias para o segundo advento, isso será João para o primeiro" (PL 35, 1408). As palavras de Cristo: "Elias já veio" (Mt 17,12), têm realmente no contexto o sentido de que o enviado de Deus, que devia preceder a primeira vinda do Messias (e que os judeus confundiam com Elias), já apareceu. E o evangelista acrescenta: "Então compreenderam os apóstolos que Jesus se referia a João Batista" (Mt 17,13). 4. Outra vez Jesus mesmo se encarrega de dizer que João não era Elias, pois João era seu contemporâneo e Elias "há de vir" (Mt 11,14), portanto ainda não veio. 5. Aliás, conforme a tradição dos judeus, o profeta Elias ainda não morreu, não "desencarnou", e por isso nem mesmo poderia "reencarnar". 6. Note-se também que, no monte da transfiguração, apareceram, ao lado de Jesus, Moisés e Elias; ora, naquele tempo João já fora executado por Herodes, já morrera e, portanto, segundo as regras reencarnacionistas, deveria aparecer João e não Elias. Pois o espírito, quando aparece ou se "materializa" (segundo eles dizem), sempre se apresenta na forma da última encarnação. 7 . Afinal, diretamente interrogado por uma comissão de judeus se era Elias, o próprio Batista respondeu categoricamente: "Não o sou" (Jo 1,21), com o que ele mesmo, João Batista, dirimiu a questão.“



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