Frei Boaventura Kloppenburg, O.F.M.. (Alemanha – 1919-2009). Obra: "Espiritismo: orientação para os católicos. São Paulo. Edições Loyola. 1989. 2ª edição. 203p." (pág. 193) “Na carta aos hebreus damos com um texto particularmente expressivo. O inspirado autor fala da superioridade de Jesus Cristo sobre os anjos, apresenta vários argumentos para sua tese e lança então, no v. 14 (do cap. I), uma pergunta como se fosse um argumento: "Porventura, não são todos eles (os anjos) espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?" Esta pergunta do apóstolo permite uma afirmação positiva, que é precisamente a doutrina da Igreja sobre os anjos da guarda: os anjos são espíritos destinados a ministrar (o grego diz: leit-ourgi- kós: destinado ao serviço, ao ministério), enviados por Deus para servir (diakonia) aos que devem herdar a salvação. Jesus falou provavelmente destes anjos-diáconos quando, em Mt 18, 10, nos admoesta que não devemos dar escândalo aos pequeninos "porque seus anjos no céu contemplam continuamente a face do Pai". Não é sem comoção que lemos esta revelação do anjo a Tobias: "Vou descobrir-vos a verdade — diz o anjo e não vos ocultarei o que está em segredo: quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos e deixavas o teu jantar e escondias os mortos em tua casa de dia e os enterravas de noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor" (Tb 12,11-12; cf. 3,25).”