Revista eletrônica Dossiê Superinteressante. Editora Abril S/A. Novembro/2014 -“A ordem foi fundada em Jerusalém, no ano de 1119. Seu propósito era dar proteção aos peregrinos cristãos na Terra Santa. A cidade tinha sido conquistada pelos cruzados em 1099, mas chegar até lá continuava sendo um problemão. Ela era praticamente uma ilha, cercada de muçulmanos por todos os lados. A solução, proposta pelo cavaleiro francês Hugo de Payns, agradou ao rei de Jerusalém, Balduíno 2º: criar uma força militar subordinada à Igreja. A ideia era inédita. Até então, existiam monges de um lado e cavaleiros de outro. "Payns inventou uma nova figura, a do monge-cavaleiro", diz Marion Melville, autora de La Vida Secreta de los Templarios (sem tradução para o português). O exército seria formado por frades bons de espada, que fariam, além dos votos de pobreza, castidade e obediência, um quarto juramento: o de defender os lugares sagrados da cristandade e, se necessário, liquidar os infiéis. Balduíno alojou-os no local onde outrora fora construído o mítico Templo de Salomão. Daí o nome do grupo: templários.” -“Os Cavaleiros do Templo também eram proibidos de se confessar a outros que não fossem os capelães templários. Igualmente, o livro da Regra — que tinha sido escrita por ninguém menos que São Bernardo de Claraval — era restrito ao alto escalão da ordem
[...]Porém, entre cochichos, se especulava que a Regra continha artigos secretos cifrados, cuja interpretação dava posse de conhecimentos esotéricos, como a fonte da juventude ou a transmutação de metais. Com o crescimento da ordem, os templários não pararam mais de receber doações, e em pouco tempo estavam administrando uma gigantesca fortuna espalhada por toda a Europa, composta de peças de ouro, prata, castelos, fortalezas, moinhos, videiras, pastos e terras aráveis.
[...] O teólogo inglês João de Salisbury, em 1179, se perguntava se os cavaleiros não tinham cedido às ambições terrenas. Essa suspeita se tornou certeza em diversos casos.”