Maria Valtorta (Itália, 1897-1961). Obra: "O Evangelho como me foi revelado" (1944-1950) (Vol. 1 – O nascimento e a vida oculta de Maria e Jesus – Cap. 16. A Anunciação – Página 48 – 08/03/1944) [Maria Valtorta diz:] O que eu vejo. Maria [Nossa Senhora], uma menina muito jovem: parece ter quinze anos, no máximo. Ela está em uma pequena sala retangular: uma sala mais adequada para uma menina.
[...] A cortina se move rápido, como se alguém atrás dela a ventilasse com algo ou a sacudisse para puxá-la. E uma luz branca perolada misturada com prata pura que torna as paredes ligeiramente amarelas mais claras e torna as cores dos panos mais brilhantes e o rosto elevado de Maria mais espiritual. E sob tal luz, enquanto a cortina ainda está puxada sobre o mistério a ser realizado,
o Arcanjo se prostrou: a cortina não se move mais: ela está pendurada rígida contra os batentes das portas como uma parede que separa o interior do exterior. O anjo deve necessariamente ter uma aparência humana. Mas é uma aparência transumana. De que carne é feita esta bela e resplandecente figura? Com que substância Deus o formou para torná-lo perceptível aos sentidos da Virgem? Só Deus pode possuir tais substâncias e usá-las de maneira tão perfeita. É um rosto, um corpo, olhos, boca, cabelos e mãos como as nossas. Mas eles não são nossa enfadonha matéria. É uma luz que levou a cor da carne, dos olhos, dos cabelos, dos lábios, uma luz que se move e sorri, olha e fala.