Maria Valtorta (Itália, 1897-1961). Obra: "Lições sobre a Carta de São Paulo aos Romanos" (1948-1950) (Página 36 – Lição n° 14 – 02/02/1948) O Espírito Santo em resposta a uma objeção minha
[de Maria Valtorta] a respeito da frase contida no ditado de 6 de janeiro de 1948 diz:
[...] Também é dito: “O Espírito do Senhor enche o mundo inteiro”. O mundo inteiro. Desde sempre. E para sempre. Seguindo as diferentes evoluções do mundo desejadas pela vontade de Deus. Desejadas. Não autoevoluções, mas evoluções desejadas pelo Criador, pelo Eterno Senhor Onipotente. “O Espírito de Deus se movia sobre as águas”, diz-se, e é uma das primeiras palavras da maravilhosa história da Criação. Deus já estava. Ele sempre foi. E por meio de Seu Ser, Ele foi capaz de criar tudo do nada; ordem da desordem; do incompleto – mais: do informe – o completo, o formado, com a mais poderosa lei da sabedoria.
O universo surgiu do caos. Dos vapores carregados de moléculas caóticas, da anarquia dos elementos, “Ele criou o Céu e a Terra”, e imediatamente, Seu Espírito “moveu-se sobre as águas”.
E pouco a pouco, conforme as sucessivas obras da Criação foram sendo realizadas, “o Espírito do Senhor” moveu-se sobre elas com Suas leis e providências. Com obras sucessivas e cada vez mais potentes. Do caos que se separa e se ordena em, digamos, famílias – partes sólidas com partes sólidas para formar o globo terrestre, partes úmidas com partes úmidas para formar sucessivamente mares, lagos, rios e riachos – à luz, a primeira das coisas não só ordenada com os elementos já existentes no caos, mas criada, com sua própria força, do nada.
Pois a luz não existia “e a escuridão estava sobre a face do abismo”, isto é, do caos em que confundiam as massas de gases carregadas de umidade, gases e moléculas.
E Deus criou a luz. Sua luz. Ele concedeu ao mundo, que surgia do nada por meio de Sua vontade, o atributo, um de Seus atributos: a luz.
Deus é luz e Ele é o Pai da luz e das luzes. E para a Terra, Sua primeira criatura, Ele concede e dá luz. Assim como ao homem, a perfeição da criação e a última das seis obras nos seis dias divinos após os quais Deus descansou, Ele conferiu o atributo que torna o homem semelhante a Ele: espírito livre, imortal, Seu sopro divino infundido na matéria para que pudesse ser animada por Deus e teria direito ao céu, à morada do Pai.