Maria Valtorta (Itália, 1897-1961). Obra: "O Evangelho como me foi revelado" (1944-1950) (Vol. 10 – Glorificação de Jesus e Maria – Cap. 651 – Sobre a passagem, a Assunção e a realeza da Santíssima Virgem – Página 235/236 – 18/04/1948) [Jesus diz:] «
Há uma diferença entre a separação da alma do corpo pela morte real, e a separação temporária do espírito do corpo e da alma vivificadora, pelo êxtase ou êxtase contemplativo. Enquanto a separação da alma do corpo acarreta a morte, o êxtase contemplativo, isto é, a fuga temporária do espírito para fora das barreiras dos sentidos e da matéria, não provoca a morte. E isso porque a alma não se desprende e se separa completamente do corpo, mas o faz somente por meio de sua melhor parte, que mergulha no fogo da contemplação.
Todos os homens, enquanto viverem, têm uma alma dentro de si, viva (pela justiça) ou morta (pelo pecado), como seja; mas apenas as almas profundas e amorosas de Deus chegam à verdadeira contemplação.
Isso prova que a alma, que mantém o corpo vivo enquanto a ele está unido – e esta peculiaridade se aplica a todos os homens da mesma forma – tem em si uma parte mais nobre: a alma da alma, ou espírito do espírito, que nos justos é muito forte. Nos que deixam de amar a Deus e à sua Lei, ainda que só pela sua mornidão ou por cometer pecados veniais, essa parte da alma enfraquece, privando a pessoa da capacidade de contemplar e conhecer a Deus e Suas verdades eternas, tanto quanto uma criatura humana poderia fazê-lo, de acordo com o grau de perfeição alcançado.
Quanto mais a criatura ama e serve a Deus com todas as suas forças e poder, mais a parte mais nobre de seu espírito aumenta sua capacidade de conhecer, contemplar e penetrar nas verdades eternas.