Maria Valtorta (Itália, 1897-1961). Obra: "O Livro de Azarias" (1946-1947) (Página 48/49 – 14/04/1946) Azarias
[o Anjo da Guarda de Maria Valtorta] diz:
[...] “Um dia, no início de sua instrução do Santíssimo Senhor Jesus, Ele lhe disse: "Nas páginas do Livro, na História do meu povo, os acontecimentos do futuro estão ocultos sob figuras e ações".
[...] A segunda figura: o Pão do Céu. O Maná que o homem não poderia imaginar ou exigir, que o homem não poderia dar a si mesmo, mas que o Senhor eterno dá liberalmente a seus filhos para que não morram de fome, o Maná branco de sabor doce que é dado em tal medida que haverá o suficiente para todos os que desejam se alimentar dele todos os dias. E somente a rebelião contra os mandamentos de Deus, as infrações da Lei, fazem com que ele passe de um alimento santo e vital para a corrupção. Não por si mesmo, pois é incorrupto e incorruptível, como Aquele que nem mesmo a morte corrompeu e que é Ele Mesmo, com seu Corpo e Sangue, Alma e Divindade, como foi em seus dias na Terra.
Mas se torna corrupção por ser recebido em pecado; pois maldito é aquele que dele se alimenta no espírito de Judas, o inimigo da obediência e da justiça.
[...] "
Eucaristia e boa vontade – a Eucaristia, o amor de Deus, e a boa vontade, o amor do homem – quando unidos não podem produzir nada além de santidade. A boa vontade limpa o terreno que poderia tornar estéril a Santíssima Semente que germina a vida eterna.
A boa vontade coloca sobre o altar o que serve para consumar o holocausto – isto é, o que o fogo eucarístico pode inflamar, queimando o homem material para acender o espírito, purificá-lo e torná-lo ágil como uma chama que tende para o céu, elevando-se com seus brilhos e seus perfumes ao céu para se reunir ao fogo que o incendiou: fogo com fogo para a união do amor.
Mas quando falta boa vontade e a desobediência está presente, isto é, um estado de pecado – o que pode fazer a Eucaristia? Nada mais do que o Maná poderia quando recolhido de uma forma contrária à ordenada por Deus. Ele permanece inerte em sua ação e torna-se prejudicial, em seu efeito, em quem o recebe. Não estou falando apenas dos verdadeiramente sacrílegos, mas também dos mornos e orgulhosos, que se alimentam disso por hábito, dizendo virtualmente: "Somos nós que mostramos esta condescendência para com Deus, nós que cumprimos este costume."