Jesus diz:
"O ditado de ontem suscita o seguinte.
"As famílias que não são famílias e que estão na origem de graves desgraças que irradiam de dentro da célula familiar para arruinar as estruturas das nações e, depois, a paz mundial, são as famílias nas quais Deus não governa, mas, em vez disso, a sensualidade e o interesse próprio dominam e, portanto, a filiação com Satanás. Criadas com base na sensualidade e no interesse próprio, elas não levam ao que é sagrado, mas, como a grama doentia que brota na lama, elas sempre rastejam em direção à terra.
“O anjo disse a Tobias: "Vou te ensinar sobre quem o diabo tem poder".
"Oh, realmente existem cônjuges que estão sob o poder demoníaco desde a primeira hora de seu casamento! De fato, existem pessoas que estão assim mesmo antes de se casar. Eles são assim desde o momento em que tomam a decisão de encontrar um companheiro masculino ou feminino e não o fazem com um propósito correto, mas com cálculos enganosos onde o egoísmo e a sensualidade têm domínio soberano.
"Nada é mais saudável ou sagrado do que duas pessoas que se amam sinceramente e se unem para perpetuar a raça humana e dar almas ao Céu.
"A dignidade de um homem e uma mulher que se tornam pais só perde para a de Deus. Nem mesmo a dignidade real é assim. Pois um rei, mesmo o mais sábio, não faz nada além de administrar seus súditos. Os pais, por outro lado, atraem o olhar de Deus para si e tiram desse olhar uma nova alma, que encerram no invólucro da carne que lhes é nascida. Quase diria que eles têm Deus por sujeito, naquele momento, uma vez que Deus cria imediatamente uma nova alma para o seu amor justo, formando uma união para dar um novo cidadão à Terra e ao Céu.
"Se eles considerassem este poder deles, ao qual Deus concorda imediatamente! Os anjos não podem fazer tanto; mas, os anjos, como Deus, estão imediatamente prontos para apoiar o ato dos cônjuges fecundos e se tornarem guardiães da nova criatura. Mas há muitos que, como diz Rafael, abraçam o estado de casamento de forma a banir Deus de si e de suas mentes e se entregam à luxúria. E o diabo tem poder sobre eles ^{[refere-se ao que disse o Arcanjo Rafael a Tobias em Tobias 6:16-17]}.
"Que diferença existe entre uma cama pecaminosa e a cama de dois cônjuges que recusam a prole, mas não recusam o prazer? Não vamos nos envolver em acrobacias verbais e raciocínio enganoso. A diferença é muito pequena. Pois se, por doença ou imperfeições, é aconselhável ou permissível não ter filhos, as pessoas devem então conseguir ser continentes e privar-se das satisfações estéreis que nada mais são do que prazer sensual. Por outro lado, se nenhum obstáculo à procriação intervém, por que você torna uma lei natural e sobrenatural um ato imoral, deformando seu propósito?
"Quando qualquer consideração honesta o induz a não aumentar o número de filhos, consiga viver como cônjuges castos e não como macacos lascivos. Como você pode querer que o anjo de Deus cuide de sua casa quando você a transforma em uma cova de pecado? você quer que Deus o proteja quando você o força a desviar o olhar com nojo de seu ninho sujo?
“Oh, são miseráveis as famílias que se formam sem preparação sobrenatural! As famílias das quais todos os que buscam a Verdade foram excluídos a priori e onde, ao contrário, se ridiculariza a palavra da Verdade que ensina o que é o Matrimônio e por que existe. São miseráveis as famílias que se formam sem qualquer pensamento sobre o que é superior, mas apenas sob o estímulo do apetite sensual e de considerações financeiras!
Quantos cônjuges, após o inevitável costume da cerimônia religiosa não têm mais um pensamento para Deus e fazem do Sacramento uma festa e a transformam em uma partida para a bestialidade! Eu disse "costume", e repito, pois para o maioria não é senão um costume e não a aspiração da alma de ter Deus consigo naquele momento. E o Sacramento não termina com a cerimônia religiosa, mas permanece durante a vida dos cônjuges, de acordo com meu ensinamento, assim como a emissão dos votos não dura apenas durante a cerimônia religiosa, mas permanece durante a vida dos cônjuges religiosos.
“O anjo ensina a Tobias que, por ter o ato precedido de oração, o ato se torna santo e abençoado e fecundo em verdadeiras alegrias e descendência. "Seria necessário fazer isso. Para as pessoas se casarem quando movidas pelo desejo de ter filhos, pois este é o propósito da união humana, e todo outro propósito é um pecado que desonra o homem como um ser racional, ferindo o espírito, o templo de Deus, que foge com desdém para ter Deus em mente em todos os momentos.
Deus não é um carcereiro opressor, mas Deus é um bom Pai que exulta nas alegrias honestas de seus filhos e filhas e responde aos seus sagrados abraços com bênçãos celestiais e com a aprovação da qual a criação de uma nova alma é a prova.
"Mas quem vai entender esta página? Como se Eu estivesse falado a língua de um planeta desconhecido, você vai ler sem perceber seu sabor sagrado. Parecerá palha velha para você, mas é uma doutrina celestial. Você, o erudito desta vez, vai zombar disso.
E você não sabe que Satanás está rindo de sua tolice; graças à tua incontinência, à tua bestialidade, ele conseguiu alterar para a tua condenação o que Deus criou para o teu bem: o casamento como união humana e como sacramento.
"Vou repetir para você para que se lembre delas e seja guiado por elas – se você ainda puder fazer isso através de um resíduo de dignidade humana sobrevivendo em você – as palavras de Tobias para sua esposa: "Somos filhos de santos e não podemos nos unir com os gentios que não conhecem a Deus". "Deixe-as ser a sua norma. Pois, mesmo que você tenha nascido onde a santidade já morreu, o Batismo ainda fez de você filhos e filhas de Deus, do Santo dos Santos, e assim você sempre pode dizer que você é o filho dos santos – do Santo – e sejam guiados por isso. Você então terá descendentes em quem o nome do Senhor será abençoado, e eles viverão em sua Lei. "E quando os filhos vivem na Lei divina, os pais colhem os benefícios, pois ela ensina virtudes, respeito e amor, e os primeiros a se beneficiarem disso, depois de Deus, são os pais afortunados, os cônjuges sagrados que conseguiram fazer do casamento um rito perpétuo e não um vício desonroso".