Revelacaocatolica.com CRÍTICA:
Segundo Anselmo de la Cruz (26/10/215, https://www.traditioninaction.org/religious/e075_Valtorta-1.htm):
A autora nos assegura que a Revelação divina continua e que ela é quem a continua. Ela afirma que o próprio Cristo a chama de “meu pequeno João”, isto é, Ele a chama de uma espécie de “irmã” de São João Evangelista que continuaria sua missão.
De acordo com o ensino da Igreja, a Revelação divina que começou no Antigo Testamento se fecha e termina com o Apocalipse de São João, que escreve: “Pois eu testifico a todos os que ouvem minhas palavras da profecia deste livro: Se alguém acrescentar alguma coisa, Deus acrescentará a ele as pragas descritas neste livro, e se alguém tirar as palavras do livro desta profecia, Deus o fará tirar a sua parte da árvore da vida". (Apoc 22: 18-19)
Segundo Valtorta, o próprio Cristo teria dito a ela: “Este trabalho [seu] é iluminar certos pontos que várias circunstâncias cobriram com escuridão e, assim, formaram áreas obscuras na luminosidade dos livros evangélicos e pontos que parecem fragmentados. E para esses pontos obscuros entre um episódio e outro, pontos indecifráveis, essa é a chave para entender certas situações com exatidão”.
Por exemplo, ela diz que Nosso Senhor admoesta aqueles que lêem seu trabalho com objeções: “Se eles objetarem que o Apocalipse terminou com o último apóstolo e não haveria mais nada a acrescentar: E se eu quisesse reconstruir a imagem da Minha caridade divina como aquele que restaura mosaicos renovando as peças danificadas que faltam, e que estou substituindo as peças que faltam, e que eu queria fazer isso neste século quando a raça humana está mergulhada na escuridão? ... Na verdade, você deveria me agradecer, porque eu adicionei novas luzes à luz que você tem e que não é mais suficiente para ver o seu Salvador”. (p. 887 et al)
Nota/comentário do site revelacaocatolica.com:
As revelações de Maria Valtorta apenas detalham algumas passagens e esclarecem alguns pontos obscuros e aparentemente contraditórios. Não podemos nos esquecer que vários santos místicos da Igreja Católica, ao longo dos 2.000 anos de existência da Igreja, tiveram revelações privadas aceitas pela Igreja, incluindo as diversas aparições de Nossa Senhora.
Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre a validade das revelações privadas.
66. «Portanto, a economia cristã, como nova e definitiva aliança, jamais passará, e já não se há de esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo»(34). No entanto, apesar de a Revelação já estar completa, ainda não está plenamente explicitada. E está reservado à fé cristã apreender gradualmente todo o seu alcance, no decorrer dos séculos.
67. No decurso dos séculos tem havido revelações ditas «privadas», algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. Todavia, não pertencem ao depósito da fé. O seu papel não é «aperfeiçoar» ou «completar» a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente, numa determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o sentir dos fiéis sabe discernir e guardar o que nestas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou dos seus santos à Igreja.
As revelações de Maria Valtorta são privadas, não públicas, e muitos membros do clero a têm reconhecido como legítimas.
É interessante registrar também o esclarecimento de Jesus sobre as revelações do livro de João (Notebooks 1945-1950, pág. 186/187, 02/06/1946):
[Jesus diz:] [...] Pois, se é verdade que a revelação termina com João, também é verdade que muitas coisas são misteriosas em João, e só eu posso torná-las claras e aceitáveis, não apenas pela fé, mas por meio do entendimento.