Maria Valtorta (Itália, 1897-1961). Obra: "Lições sobre a Carta de São Paulo aos Romanos" (1948-1950) (Página 74 – Lição n° 25 – 7-11/06/1948) O Espírito Santo diz:
[...] O amor é verdadeiramente a dádiva das dádivas, o meio para manter a dádiva da Graça, o desenvolvimento das virtudes e a realização do objetivo final. Por isso, é dado pelo Espírito Santo, Espírito do Espírito divino, essência do amor mais perfeito e recíproco do Pai e do Filho, procedente de seu beijo, de sua mútua afinidade e de sua jubilosa contemplação.
A vontade do homem pode tornar este dom do Espírito de Amor muito ativo, suficiente em si mesmo para obter o fim para o qual os homens foram criados: a predestinação à Graça e à Glória. Porque, na verdade, todos aqueles que são movidos pelo amor tornam-se “filhos de Deus” (Paulo para os Romanos c. 8, v.16) visto que cada ação praticada inspira o amor, ou seja, o bem para com Ele cuja presença eles sentem, mesmo que não O conheçam exatamente, e para com seus semelhantes; portanto,
eles vivem de acordo com a lei natural-moral colocada e preservada por Deus, o Criador, no coração do homem.
É sobre essas pessoas que São Paulo escreve: “Quando os gentios, que não têm a lei, fazem o que a lei impõe, e por não terem uma lei, são uma lei para si próprios e mostram que o temor da lei está escrito em seus corações e dá testemunho de suas consciências ... eles serão justificados no dia em que Deus, por meio de Jesus Cristo, julgará as ações secretas dos homens”.
Com efeito, quem age com boa consciência seguindo os ditames da lei moral mostra que tem uma alma cristã por natureza, aberta ao Bem e à Verdade, e Jesus, que morreu para que os homens pudessem ter a Vida eterna – homens de boa vontade – será a sua justificação. Porque todos aqueles que, embora não conheçam a Deus como Ele é conhecido pelos católicos, acreditam firmemente que Ele é um Deus, um Deus justo e providente, Aquele que remunera cada um de acordo com os méritos individuais, pertencem à alma da Igreja, pelo amor que sentem por Ele e pelo amor e justiça que têm pelo próximo e por si próprios, pelo desejo de Deus e pela perfeita contrição dos pecados que poderiam ter sido cometidos.