Maria Valtorta (Itália, 1897-1961). Obra: "Notebooks 1944" (Página 30 – 11/01/1944) O apóstolo Paulo diz:
"Os antigos pagãos pelos quais parti o pão da Fé parecem ainda estar vivos – na verdade, parece terem voltado, de acordo com suas crenças, a reencarnar com suas antigas teorias sobre a ressurreição e a segunda vida – a tal ponto que a teoria da reencarnação ainda está encarnada – e agora mais do que nunca – e embutida em suas mentes, após vinte séculos de pregação do Evangelho.
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A única coisa que está reencarnada é esta sua teoria, que floresce novamente como bolor em períodos alternados de obscuridade espiritual. Perceba isso, ó você que pensa que é o mais evoluído espiritualmente – isto é o sinal de um declínio espiritual e não de um alvorecer do espírito. Quanto mais baixo o Sol de Deus está em seus espíritos, mais larvas se formam na sombra crescente, e as febres estagnam e os portadores da morte enxameiam esporos que comem, corroem, absorvem e destroem a vida de seus espíritos e germinam, como nas florestas hiperbóreas onde a noite dura seis meses e transforma os matagais – cheios de vida vegetal e animal – em áreas mortas como as de um mundo sem vida.
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Tolos! Os mortos não voltam. Com nenhum corpo novo. Há apenas uma ressurreição: a última."
Você não é – você que é feito à imagem e semelhança de Deus – não, você não é semente que em ciclos alternados brotam e se tornam caules, flores, frutos e sementes, e, a partir das sementes, caules, flores e frutos. Vocês são homens, não a grama no campo. Vocês estão destinados ao céu, não ao alojamento dos cavalos. Vocês possuem o espírito de Deus, aquele espírito que Deus infunde em você por meio de sua contínua geração espiritual, que responde à geração humana de nova carne.
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E o que você acha? Que Deus, nosso Deus onipotente, ilimitado, eterno, tem um limite em sua geração? Um limite que dita que Ele crie um determinado número de espíritos e nada mais, para que, para continuar a vida dos homens na terra, como o balconista de uma loja de departamentos, Ele tem de ir às prateleiras e procurar entre os espíritos amontoados lá para serem reutilizados para aquela mercadoria específica; ou, melhor ainda, você acha que Ele é como um escriba que desenterra certo documento e procura um determinado rolo porque é chegado o momento de registrar um acontecimento?
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Ó tolos, tolos, tolos! Vocês não são mercadoria, pergaminho ou sementes. Vocês são homens. “
O corpo, como uma semente, cai, quando seu ciclo termina, na corrupção do túmulo. O espírito retorna à sua Fonte para ser julgado se está vivo ou tão pútrido como a carne, e, de acordo com seu estado de ser, vai ao seu destino. Nem sai mais desse destino, exceto para chamar o que era seu a uma única ressurreição, na qual aqueles que estavam pútridos em vida tornam-se perfeitamente pútridos para sempre, com aquele espírito corrupto e aquela carne corrupta que eles tinham em sua vida única e irrepetível; e aqueles que eram "justos" em vida ressuscitam, gloriosos e incorruptíveis, elevando sua carne à glória de seus espíritos gloriosos, espiritualizando-a, divinizando-a, pois através dela e com ela venceram, e é certo que triunfem com ela.