Maria ^{[Nossa Senhora]} diz:
“Mais um presente da Mãe por ocasião da minha festa.
“Existem duas outras frases no Evangelho que se referem a Mim que vocês interpretam mais ou menos adequadamente. Vou explicar para você.
“Mateus diz: "Enquanto Jesus falava, sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, tentando falar com ele. Alguém disse: “Sua mãe e seus irmãos estão procurando por você”. Mas Ele respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Aqui está minha Mãe e aqui estão meus irmãos: quem faz a Vontade de meu Pai”".
“Um repúdio à sua mãe? Não. Louvor por sua Mãe, que foi perfeita em fazer a Vontade do Pai. Meu Jesus conhecia bem a vontade que eu estava cumprindo! Uma vontade que fiz por mim mesma e perante a qual não recuei, mesmo que cada minuto que se passasse me repetisse, como um golpe de prego cravado no meu coração, "Isto termina no Calvário". Ele sabia muito bem que eu merecia ser Mãe de Deus porque tinha feito este desejo e, se não o tivesse feito, Ele não teria me tido como Mãe.
“Portanto, entre todos os que O ouviam, como alguém ligado a Ele por um laço superior ao sangue, por um vínculo sobrenatural, eu fui a primeira entre todas as discípulas no tempo e no conhecimento, pela Palavra de Deus que tem me instruído desde o período em que O dei à luz no meu ventre; Fui "sua Mãe", no sentido que atribuiu às suas palavras divinas e, juntamente com o reconhecimento humano dos ouvintes, deu-me o seu reconhecimento divino como verdadeira Mãe, pois dei vida à Vontade do seu Pai e meu.
“Lucas narra que, enquanto Jesus falava, uma mulher disse: "Bem-aventurado o ventre que te gerou e os seios que te deram leite". Meu Filho respondeu: "Bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus e a observa".
“Ser a Mãe de Jesus era uma graça da qual não era lícito me gabar. Entre os milhões e milhões de almas criadas pelo Pai, por um decreto inescrutável Ele escolheu a minha para ser imaculada. O Eterno não quer que eu me humilhe no Céu, pois Ele me fez Rainha no momento feliz em que, ao deixar a Terra, fui envolvida pelo abraço de meu Filho – esta foi a minha intensa saudade no tempo da separação, um desejo que me consumiu como uma lâmpada acesa. Mas, se Ele assim o permitisse, eu ficaria eternamente prostrada diante de seu Resplendor para humilhar-me inteiramente diante de Seus olhos, em memória de seu decreto benigno, que me deu uma alma batizada diante de todas as almas, não com água e sal, mas com o fogo do seu Amor.
“O fato de ele ter se alimentado do meu seio também não poderia despertar as chamas do orgulho em mim. Ele poderia ter vindo à Terra para ser o Evangelizador e Redentor sem rebaixar sua Divindade Encarnada às necessidades naturais de uma criança. Assim como Ele subiu ao Céu após sua Missão, Ele poderia ter descido do Céu para iniciá-la, dotado de um corpo adulto perfeito, necessário para o seu peso como um ser carnal. Meu Senhor e Filho tudo pode, e eu não fui senão um instrumento para tornar mais compreensível e persuasiva para vós a verdadeira Encarnação de Deus, puríssimo Espírito, como Jesus Cristo, o filho de Maria de Nazaré.
“Mas ter observado a palavra de Deus e refinado os sentidos da alma com pureza total desde a infância – isso era grandeza; e ter ouvido a Palavra, que era meu Filho, torná-la meu pão e fundir-me cada vez mais com meu Senhor – isso foi uma bem-aventurança.