Pedro Siqueira (Brasil – 1971-X). Obra: "Viagens Místicas: Minhas esperiências com anjos e santos em peregrinações pelo mundo. Ed. Sextante. 2021. Rio de Janeiro. 141p." (pág. 53) Como a missa aconteceu no fim da tarde num descampado, o sol começou a se pôr no céu limpo. Chegou o momento da elevação da hóstia e do cálice consagrados.
Foi então que ocorreu algo que eu nunca tinha presenciado. No exato instante em que frei Jozo ergueu os braços, houve uma revoada de pássaros sobre os fiéis, quebrando o silêncio. Segundos depois, as aves se alojaram nas árvores, enquanto o frade continuava a erguer o Corpo do Senhor. O Sol, que descia na direção das montanhas, à minha esquerda, começou a balançar de um lado para outro, perdeu sua luz e se transformou em uma hóstia gigante.
O povo ficou espantado. Alguns gritaram. Outros saíram de seus lugares, buscando um ângulo melhor para ver. Em seguida, o sol assumiu a forma de um coração vermelho-alaranjado e começou a pulsar. Todo mundo ouviu o som de batimentos cardíacos: tudum, tudum. O sol-coração se aproximava do povo e retornava ao seu lugar.
Quando o sol voltou ao normal, frei Jozo finalmente baixou os braços e continuou a celebração. Diante do tumulto, o frade precisou chamar a atenção das pessoas, pedindo silêncio em italiano, lembrando a todos que ainda estávamos no meio da missa e teríamos a comunhão.
Aquela foi a primeira vez que eu vi o milagre do sol, uma experiência fantástica que nunca esqueci. Depois, eu ainda presenciaria esse fenômeno no Santuário de Fátima (Portugal), em San Giovanni Rotondo (Itália), Aparecida do Norte (Brasil) e em tantos outros lugares.