Pedro Siqueira (Brasil – 1971-X). Obra: "Viagens Místicas: Minhas esperiências com anjos e santos em peregrinações pelo mundo. Ed. Sextante. 2021. Rio de Janeiro. 141p." (pág. 76/78) À noite, nos reunimos na gruta de Nossa Senhora, para um terço final, antes de voltarmos ao Brasil.
[...] Na parte superior direita da gruta existe uma pequena imagem de Nossa Senhora de Lourdes, apoiada na própria rocha.
[...] O pequeno grupo estava bastante concentrado na oração.
[...] A imagem começou a tremer muito. Pensei comigo mesmo: "Nossa! Ela vai cair e se espatifar no chão, alguém precisa fazer alguma coisa!" Mas não apareceu ninguém do santuário nem qualquer peregrino para colocá-la em segurança. Olhei para os lados e vi que as pessoas do nosso grupo continuavam olhando fixamente para a imagem.
As caras, contudo, eram de espanto.
Então, algo ainda mais incrível se passou: ela decolou e foi até o topo da árvore de velas. Tremeu bastante no ar e retornou para seu lugar na gruta.
Frei Juan Antonio quebrou o silêncio:
— Madre de Dios! Vocês viram o que eu vi?
— Sim, frei, é inacreditável! — respondi.
Imediatamente, todos os demais confirmaram o fenômeno.
Penso que essa foi a maior surpresa que Deus me preparou em um santuário mariano. Nunca imaginei que algo assim fosse possível. Tinha tanta convicção de que se tratava de algo absolutamente fora do padrão que nunca tive coragem de contar para o povo o que se passara naquela noite.
Aliás, ninguém do grupo falava daquela experiência com outras pessoas (claro que contamos ao Otto, já que sua esposa estava lá e havia presenciado o fenômeno).
Quem teve a coragem de quebrar o silêncio pela primeira vez em público foi frei Juan Antonio.
Fiquei pasmo. A reação das pessoas que ouviram o relato também foi surpreendente. Todos se maravilharam e não contestaram a veracidade dos fatos, pois conheciam bem o frade agostiniano e sabiam que ele repudiava qualquer tipo de mentira.