Coleção Grandes Heróis Bíblicos: Patriarcas (Noé, Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, José do Egito). Ed. Abril, Revista das Religiões, Família Superinteressante. São Paulo. 97p. “O teólogo luterano Milton Schwantes, professor da Universidade Metodista de São Paulo, é da mesma opinião. “Praticamente não existem mais dúvidas sobre a historicidade de Isaac. Contudo, sabemos que os relatos sobre sua vida e genealogia não foram escritos em ordem cronológica e misturam costumes de diferentes épocas e locais.” As principais provas documentais da época dos patriarcas são os documentos encontrados nos sítios arqueológicos de Nuzi (atual Iraque) e Mari (Síria). Tábuas de argila com escrita cuneiforme (marcas em forma de ângulo agudo feitas sobre o barro úmido com a ponta de um bastão) datadas da Idade do Bronze (entre 2000 a.C. e 1500 a.C.) trazem costumes e leis semelhantes aos descritos na Bíblia — como a possibilidade de uma escrava gerar um filho legítimo do patrão — e até nomes próprios como Abraão e Jacó. Só que esses documentos retratam costumes comuns a vários períodos históricos, o que complica a datação relativa aos patriarcas. Combinando estudos arqueológicos com uma análise literária dos textos, os historiadores consideram hoje que, provavelmente, os que se referem a Isaac foram escritos depois daqueles que falam de seu filho Jacó. “Na verdade, não existe uma história de Isaac. Ele foi absorvido por Abraão, ou seja, surge apenas como um personagem da história de seu pai”, diz o professor Schwantes.”