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Stephem C. Meyer (EUA – ano 1958-?) - Obra: "A dúvida de Darwin - A origem explsiva da vida animal e a idéia do Design Inteligente", Rio de Jeneiro, Ed. Alta Cult, 2022, 496p. (Pág. 85, 173, 198, 230, 234, 240)

Como explicarei com mais detalhes no Capítulo 8, o neodarwinismo é a versão moderna da teoria de Darwin que invoca mudanças genéticas aleatórias chamadas "mutações", como a fonte de grande parte da nova variação sobre a qual a seleção natural atua. Como o darwinismo clássico, o mecanismo neodarwiniano requer grandes períodos de tempo para produzir novas formas e estruturas biológicas. No entanto, os estudos atuais em geocronologia sugerem que apenas 40 a 50 milhões de anos se passaram entre o início da radiação Ediacarana (570—565 milhões de anos atrás) e o fim da explosão Cambriana (525—520 milhões de anos atrás). Para qualquer pessoa não familiarizada com as equações da genética populacional pelas quais os biólogos evolucionistas neodarwinistas estimam quanta mudança morfológica pode ocorrer em um determinado período de tempo, 40 a 50 milhões de anos pode parecer uma eternidade. Mas estimativas derivadas empiricamente da taxa na qual as mutações se acumulam implicam que 40 a 50 milhões de anos nem se aproximam do tempo suficiente para construir as novidades anatômicas necessárias que surgem nos períodos Cambriano e Ediacarano.
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Eden e outros questionaram se as mutações forneciam uma explicação adequada para a origem da informação genética necessária para construir novas proteínas, quem dirá formas de vida totalmente novas. Como o físico Stanislaw Ulam explicou na conferência, o processo evolutivo "parece exigir muitos milhares, talvez milhões, de mutações sucessivas para produzir até mesmo as complexidades mais simples que vemos na vida agora. Parece, pelo menos, ingênuo, que não importa quão grande seja a probabilidade de uma única mutação, se ela fosse tão grande quanto a metade, você elevaria essa probabilidade a um milionésimo, que é tão próximo de zero que as chances de tal cadeia parecem ser praticamente inexistentes".
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E, uma vez que a probabilidade condicional de um novo gene surgir da maneira prevista pelo modelo clássico acaba sendo quase inimaginavelmente menor que 1/2, o modelo clássico acaba sendo muito mais provável de ser falso do que verdadeiro. Assim, Axe concluiu que uma pessoa sensata deveria rejeitá-lo. Os recursos probabilísticos disponíveis para o modelo clássico de evolução do gene são simplesmente pequenos demais para domar 1 chance em 10 elevado a 77.
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Em 1970, Maynard Smith escreveu um artigo na Nature respondendo a um artigo anterior de Frank Salisbury, biólogo da Universidade Estadual de Utah. Salisbury havia levantado questões sobre se as mutações aleatórias poderiam explicar a especificidade do arranjo das bases de nucleotídeos necessária para produzir proteínas funcionais. Após discussões no Wistar, Salisbury passou a se preocupar com a probabilidade de mutações aleatórias gerando arranjos funcionais de bases ou aminoácidos ser proibitivamente baixa. De acordo com os cálculos de Salisbury, "o mecanismo mutacional, conforme imaginado atualmente, pode ficar aquém de centenas de ordens de magnitude de produzir até mesmo um único gene necessário, em apenas quatro bilhões de anos".
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TANTAS MUDANÇAS, TÃO POUCO TEMPO
Behe e Snoke usaram os princípios da genética populacional para avaliar a probabilidade de vários números de mudanças mutacionais coordenadas ocorrerem em um determinado período de tempo. Eles perguntaram: é provável que tenha havido tempo suficiente na história evolutiva para gerar mutações coordenadas? Em caso afirmativo, quantas mutações coordenadas é razoável esperar em um período de tempo, dados os vários tamanhos de população, taxas de mutação e tempo das gerações? Em seguida, para diferentes combinações desses vários fatores, avaliaram quanto tempo normalmente levaria para gerar duas ou três ou mais mutações coordenadas. Eles determinaram que geralmente a probabilidade de múltiplas mutações surgirem em coordenação próxima (funcionalmente relevante) entre si era "proibitivamente" baixa, provavelmente levaria um tempo imensamente longo, normalmente muito mais do que a idade da Terra.
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Behe mostrou que o problema das mutações coordenadas era particularmente agudo para organismos de vida mais longa com tamanhos populacionais pequenos, organismos como mamíferos ou, mais especificamente, seres humanos e seus supostos ancestrais pré-humanos. Behe estimou, com base nas taxas de mutação relevantes, tamanhos conhecidos da população humana e tempos de geração, o tempo necessário para que duas mutações coordenadas ocorressem na linhagem hominídea. Ele calculou que mesmo a produção de uma mudança evolutiva tão modesta exigiria muitas centenas de milhões de anos. Ainda assim, acredita-se que humanos e chimpanzés tenham divergido de um ancestral comum há apenas 6 milhões de anos. O cálculo de Behe implicava que o mecanismo neodarwiniano não tem a capacidade de gerar nem mesmo duas mutações coordenadas no tempo disponível para a evolução humana, e, portanto, não explica como os humanos surgiram.



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.